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terça-feira, 13 de abril de 2010

Sete pensamentos-semente sobre os raios e um breve comentário

Martín Dieser


Uma maneira de compreender melhor os conceitos é através de exemplos, e nisso o estudo dos raios, naturalmente, não é exceção. Basta se ter em conta que a mera análise de casos talvez não seja suficiente para um entendimento pleno do tema; mas, se primeiro refletirmos sobre a finalidade do raio em geral e depois procurarmos ajustá-lo a uma necessidade específica, a situação será diferente, do geral para o particular, tal o método oculto.

O caso que analisaremos se aplica essencialmente aos raios da mente e da personalidade, com algum reflexo da alma. A ideia não é de buscarmos a que raio pertencemos, mas de entendermos bem como funciona cada um, e por meio dele, sim, estaremos no caminho de diferenciar as energias, e assim de poder dizer com mais fundamento porque cremos que tal ou qual raio é parte do propósito da nossa alma. É sempre conveniente assinalar esta abordagem, porque no nosso entender encerra a chave da compreensão do mistério dos raios: primeiro entrar em contacto com a alma e depois então utilizar a mente aplicadamente para as questões pessoais ou outras análises mais amplas, segundo a intenção.

Tal como prometemos, em curto prazo lhes ofereceremos reflexões particulares sobre cada raio. É provável que o esquema abranja o estudo de cada Vida de raio em nível egoico, pessoal, mental, astral e físico, para assim brindar um percurso completo da energia, dos planos superiores aos inferiores, em unidade de sentido e propósito. Outra possibilidade é tratar os raios “horizontalmente”, por exemplo estudar o plano mental e sua função, a qual é levada a cabo por cada um dos raios expressos ali. Isso veremos oportunamente.

No momento, o objetivo é analisar de que maneira a energia de um raio enfrenta e supera uma dificuldade, dando assim um passo a mais na evolução. Simbolicamente falando, suponhamos que no caminho para a realização de um ser este se depara com um muro. Como reagirá cada raio? Vejamos o exposto por sete pensamentos-semente, mais uns breves comentários: 

Primeiro raio, Vontade ou Poder: “o peregrino tinha uma intenção definida, e esta o levava mais além do muro. Ao se deparar com o obstáculo, juntou todas as suas forças e investiu contra a parede, atravessando-a e continuando seu caminho. Atrás dele ficou uma abertura pela qual muitos o seguiram ,embora sem saber para onde iam. Não os viu”.

O 1º raio avança porque percebeu um grau de verdade, e essa percepção do mais alto o levará a ir diretamente à meta, subordinando todo o restante. Isso implica que tudo o que se puser no seu caminho será submetido diante da potência do seu propósito, ou ao menos tentará fazê-lo. Esta fidelidade em certo sentido egoísta se encontra em afinidade com o sentido do raio, que é o de destruir o que oculta a verdade e, assim, assentar as bases para a afluência de nova luz.

Será tarefa de discípulos e iniciados de outros raios a utilização da luz acercada, e enquanto isso o 1º seguirá o seu propósito, que não se situa tanto em “olhar para trás” mas em se abstrair e permanecer próximo da divindade. 

Segundo Raio, Amor – Sabedoria: “o peregrino buscava conhecer, e empreendeu uma viagem. Ao ver o muro se perguntou o que haveria mais além. Sem saber como cruzar, sentou-se e refletiu. Gradualmente pode ver com mais luz e descobriu uma porta. Abriu essa porta e continuou o seu caminho”.

Aprecia-se aqui a intenção clássica do 2º raio, que opta pelo repouso antes que a atividade. Recordemos que o 2º é um raio de aspecto e não de atributo, o que entre outras cosas quer dizer que a ênfase da energia se põe na vivência interna antes que na externa.

Esta energia atua subjetivamente; por mais que haja “movimento atrativo” no plano astral e reações de terceiros, a causa reside “mais acima”. Nesse sentido, a meditação é fundamental para este raio, porque põe gradualmente o ser em contato com a luz da alma, e dali atrai a solução para os problemas. Não é assunto do 2º raio dar soluções concretas mas atrair aqueles que o farão.

Certamente, no caso em curso de uma pessoa, nunca existirá um 2º raio em todos os veículos (nem nenhum raio, como regra), e será natural que exista atividade, mas tenhamos em mente o dito acima como geral e saibamos diferenciar cada energia, sempre operando em estreita relação uma com a outra. 

Terceiro Raio, Inteligência Ativa: “o peregrino buscava algo, mas não sabia bem o quê. Ao encontrar o muro tentou esquivá-lo caminhando até o cansaço, mas a barreira se estendia. Pesaroso, deteve-se e o mediu cuidadosamente. Tomou os materiais que tinha ao alcance e, com as próprias mãos, construiu uma rampa, escalou e passou para o outro lado”.

A atividade, nota-chave do 3º raio, é a força que atua dentro da matéria. O Tratado de Fogo Cósmico lhe atribui uma propriedade que é a de rotação, o que expressa de maneira muito adequada a função deste raio, que gira durante um período determinado para cumprir o desígnio divino, seja o de um Logos, de um Mestre ou de um homem.

O 3º raio carece de visão superior (que é qualidade do 2º) e, portanto, tende a atuar cegamente e a querer resolver tudo manipulando a matéria, o que o leva a repetir os resultados: recordemos que o esoterismo sustenta que a matéria é realização de um sistema solar anterior e, portanto, já não pode oferecer ao homem mais no presente senão detalhes de perfeição, nunca luz, essência das soluções e qualidade da alma.

No pensamento analisado, primeiro se manifesta outra dinâmica, que é a de evitar as questões, utilizar a atividade para “tapar” ou “cobrir” os desafios. Finalmente, alcança-se um momento de repouso e se encontra a solução, que se encontra no correto emprego da mente. 


Quarto Raio, Harmonia através do Conflito: “o peregrino queria mostrar a todo o mundo o que havia, mas o muro lhe marcou um limite. Encontrou uma porta, chamou, batendo nela, e não lhe abriram. Quis derrubá-la, sem nenhum resultado. Fracassado e já sem vontade de seguir adiante, teve uma inspiração e se dedicou  a pintar as paredes, até que os rumores sobre sua beleza se expandiram, e um bom dia lhe abriram a porta para fazer o mesmo do outro lado”.

Vemos em princípio a necessidade do 4º raio de expressar o superior, ainda quando isto não seja tão elevado para os demais, mas sempre procurando manifestá-lo. O surgimento de obstáculos supõe um passo mais na evolução, mas a vibração inicial do raio tenderá a querer harmonizar de um nível demasiado baixo e, portanto, gerará conflito.

Uma vez que se apreenda o significado da beleza interna, acede-se a um novo ponto de tensão e dali se resolve o problema, sem necessidade de lutar por isso. Simples de compreender intelectualmente, mas muito difícil de pôr em prática, como a humanidade (regida pelo 4º raio) o demonstra. 

Quinto Raio, Conhecimento Concreto e Ciência: “inteirado de que existia um muro indestrutível, o peregrino foi comprovar se era isso mesmo. Examinou-o minuciosamente, parte por parte, até que compreendeu como era feito; registrou as chaves em seu caderno, destruiu-o e seguiu seu caminho adiante, em busca de novos mistérios”.

O Tibetano chama o 5º raio de “energia da ignorância”, uma expressão muito apropriada, pois reflete a posição do ser influenciado por este raio, longe da verdade mas consciente disso e por fim fortemente impelido pela intenção de alcançá-la.

Este raio marca limites, e chega à verdade de baixo para cima, alcançando escalas tão pequenas da matéria que descobre a verdade do axioma hermético de que “como é embaixo é em cima”, e pode assim apreciar com abstração o porquê das coisas.

Assim, põe em ação uma energia muito importante, que é a que acerca a consciência humana à realidade da existência de Deus. O momento mental de “se dar conta” é presidido por este raio, e o fato de que seja associado com a ciência não deveria nos fazer esquecer disso. 

Sexto Raio, Devoção e Idealismo: “ofuscado pelo entendimento e ansioso por chegar à sua meta, o peregrino seguiu pelo muro e retrocedeu, e como sabia que seu ideal estava mais além, prometeu a si mesmo que não descansaria até atravessá-lo. Dia após dia punha todo o seu esforço nisso mas fracassava, e lentamente outros viajantes se concentraram atrás dele, curiosos com a sua fé. Um bom dia, frustrado, o peregrino olhou para as suas costas e viu aqueles que ali estavam reunidos, os quais lhe perguntaram sobre a sua meta. Falou a eles sobre a sua meta e acreditaram , e todos derrubaram o muro. Para sua surpresa, a luz o esperava não mais longe, mas logo depois dos escombros”.

Cego como a paixão mas mobilizador das massas, o 6º raio é o amor a caminho para a meta. Requer previamente o trabalho dos raios mentais para gerar a dualidade, mas uma vez ela presente, é o 6º o que incendeia a personalidade e, em general, a energia dos distintos planos para que se dirijam ao superior. É um agente de transformação.

O paradoxo deste raio é que tende a ser unilateral, mas só progride quando trabalha em grupo, como ilustra o pensamento-semente. Deste modo, a chegada à meta prefixada, por exemplo fazer que a personalidade se interesse pela alma, faz cessar a função deste raio, que entra em obscurecimento até que necessidades mais elevadas o requeiram novamente. 

Sétimo Raio, Ordem Cerimonial e Magia: “o peregrino aspirava por concretizar seu Plano em terras longínquas e para lá foi, mas no caminho se deparou com um muro em construção. Viu que havia trabalhadores mas nenhum arquiteto, e pediu que lhes fizessem uma ponte para passar para o outro lado. Negaram-se até terminar a obra, cada vez mais desorganizada. Confundido, se calou e olhou em torno: compreendeu a futura função do muro e assim o que restava por fazer e, deixando seus planos de lado, decidiu dirigir a construção ele mesmo. Terminada a última parte da obra, uma escada, subiu, passou para o outro lado e continuou o seu  caminho”.

O 7º raio confere uma grande tendência à planificação, mas ocorre que a mesma é demasiado egoísta para perdurar ou produzir belos resultados. É necessário que o discípulo aprenda primeiro a controlar a si mesmo, algo que não é senão controlar as pequenas vidas sob seu governo e responsabilidade.

No entanto, isto não se obtém mediante a força, mas sob a ação de um propósito inteligente, cuja compreensão cria uma ordem que facilita o correto fluxo da energia.

Trata-se, sem dúvida, de um desafio para a expressão plena do raio, que muitas vezes se combina com a mente para criar falsos planos futuros, quando o verdadeiro dever se encontra em dar perfeição às obras que se têm pela frente, e depois, sim, talvez pôr em execução outras metas.

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