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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Psicologia da Alma (consciência - personalidade)





O Estudo (logos) da Alma (psique)

Quando se estuda um conceito tão “intangível” como o da Alma, faz-se necessário, para torná-lo acessível à compreensão prática, contrapô-lo com a natureza mais “tangível” do ser humano: a personalidade.

As experiências objetivas (“boas e más”) da personalidade são as ferramentas que temos para aprofundar, através da observação-reflexão, a estrutura subjetiva do experimentado.

Toda expressão pessoal prática, imaginada ou pensada, se é observada e analisada detidamente a partir da impessoalidade, mostra o reflexo de um significado mais profundo, sua verdadeira “razão de ser”.

Nem tudo que brilha é ouro, mas há Ouro.


O que é a Alma em relação à Personalidade?
 
Entendemos que a Alma é a qualidade subjetiva espiritual que condiciona as forças expressivas mais densas da personalidade. 
 
a realidade que chamamos alma é basicamente uma expressão de três tipos de energia -vida, amor e inteligência. A tríplice natureza inferior (personalidade) foi preparada para a recepção destas três energias, e o aspecto inteligência se reflete na mente, a natureza amor no corpo emocional de desejos e o princípio vida em e através do corpo etérico ou vital” *
   
Em todas as relações entre “o novo e o velho” produzem-se fricções, crises, que são o sinal de que esta relação demanda um reconhecimento na consciência e seu consequente reajuste vital.



A Crise (o triunfo de uma derrota)

Entendemos por crise, (frustração, impedimento, excesso, depressão, sintoma, patologia, dificuldade, desilusão, medo, inibição...) como a condição que nega a satisfação da personalidade, mas que no ofuscamento que isto produz está a oportunidade de reconhecer a Alma, a energia superior que esta pedindo, para não dizer exigindo, uma maior presença na Consciência, que é a gestora da realidade cotidiana de referida personalidade.


Não temos que pensar que a crise seja algo sagrado ou necessário, mas que ela é o resultado natural de uma relação dual e que é no campo das experiências que tal crise propõe onde a consciência pode reconhecer que é a perspectiva da Alma e não a perspectiva pessoal que pode unificar tal dualidade.


O período de crise apresenta um problema importante aos aspirantes avançados de hoje, que evoca em consequência o interesse dos psiquiatras e psicólogos. Em vez de tratar da dificuldade como sintoma de progresso, como indicação de uma etapa relativamente elevada na escala evolutiva, e uma razão para se sentir encorajado, é considerada como uma doença da mente e da perso­nalidade. Em lugar de considerá-la como uma condição que merece ser explicada e compreendida, embora não implique em verdadeira pre­ocupação, tenta-se obviar a dificuldade, eliminando-a em vez de solucioná-la, com o que, embora a personalidade possa se aliviar temporariamente, o trabalho da alma fica paralisado e atrasado nesse ciclo particular de vida”. *


A crise é uma condição que obriga a personalidade a um ato de humildade através da “humilhação”. Um ato (atitude) que transmite a correta compreensão que afasta o ego-cristalizado e re-descobre a alegria (não condicionada) do Coração.

Esta Alegria sem condições, não é uma alegria ingênua, porque atrás de si está a compreensão que gera a dor de uma derrota aceita. Esta Alegria é a demonstração de que a personalidade está sendo receptiva à energia da Alma. Dizendo de outra forma, a Alegria que expressa a personalidade é o reflexo externo da responsabilidade que ela (a personalidade) esta exercendo para o chamado da Alma. 


Ser responsável com a verdade da Alma se demonstra como alegria.







Alma - Consciência - Personalidade 

A Alma Una Brilha na parte alta deste esquema com luz própria, mas o primordial é focalizar a atenção na parte central do esquema, porque é na Consciência onde reside a parte da Alma Una que incorporamos ao nosso saber, neste ponto os conceitos minha Consciência e minha Alma são sinônimos.







O papel da consciência
A consciência, no ser humano, é o “lugar” onde se realiza a Alma.
 
Na consciência da Alma está o verdadeiro significado e, a palavra ou ato criativo que o expressa. Nela se praticam a atenção, o silêncio, a auto-observação e, o nível de identificação com a experiência. Ela é a vontade-para-o-bem e o tipo de ação que se gera, junto com a reflexão do resultado. Nela está a preocupação e a obtenção da compreensão e, a própria compreensão com a sua consequente sensibilidade e imaginaçã o criadora. Ella é o tema, e também a forma de estruturá-lo para poder entendê-lo e desdenvolvê-lo.
  

Expansao lógica gradual
Na consciência da Alma é possível a conquista de outro “lugar” através do “lugar” ocupado. Esta expansão é escalonada ou lógica, porque para alcançar um degrau é preciso ter o pé no mais abaixo, isto é, a nova perspectiva se adquire através da experiência do presente que não esquece nem foge do passado.

Esquecer para tornar a começar, para a psicologia da Alma, é se repetir, uma compulsão que se justifica em uma ingenuidade ou inocência falsa, é uma atitude egoísta que se impõe. Outro tema é o nível de inconsciência de quem o pratica. O novo ponto de vista do que falamos aqui deve ser capaz de destilar o passado, transformando-o em uma ferramenta de compreensão que suporte uma nova atitude.


Não dualidade
Na consciência de Alma, a dualidade interna e externa desaparece. Não existe a intenção de controlar nem de impor o desejo pessoal no mundo exterior, há uma intuição que constata (sabe) que toda atitude deve levar em conta o todo como uma unidade. Vale dizer, com o mesmo Saber que eu me entendo a mim mesmo, também entendo meu ambiente, portanto não há diferença, mas sim um ponto de vista ou um Saber que inclui os dois. Nesta atitude está a regra de ouro, expressa em palavras do Mestre como: “amarás a teu irmão como a ti mesmo”.


Inofensividade
Consciência de Alma é alcançar a inofensividade, porque a relação com o entorno não depende de um eu-egocêntrico com um desejo exclusivo e seu impulso muitas vezes destrutivo-cego, mas sim que depende de um sentido inclusivo, que sugere à personalidade uma atitude moderada no pensar, sentir e falar-atuar. Nesta atitude está a característica principal para o correto serviço.


Serviço
O serviço é o “instinto” da Alma, todo instinto é algo natural, e a consciência de Alma tem como lógica principal ser incluente, e esta lógica, quando a personalidade é receptiva à Alma, é expressa através da responsabilidade. Responsabilidade e lógica incluente neste caso são sinônimos.

A personalidade, quando se torna receptiva à sabedoria da Alma e a Seu silêncio acolhedor, é inspirada para que mostre seus talentos, de forma alegre, livre, altruísta e “com Coração”, ali onde sua responsabilidade (lógica incluente) detecta que deve fazê-lo.

Subir um degrau é dar a mão àquele que nos convida a subir, e o coração agradecido responde oferecendo a outra mão àquele que lhe segue.





David C.M. (logos.astrolgiaesoterica@gmail.com)



* Os parágrafos em letra cursiva estão extraídos do livro “Psicologia Esotérica II” de Alice Bailey-DK


2 comentários:

  1. Adorei este estudo, pois a alma é algo da qual ainda temos muitas dúvidas.

    Este texto elucida muitas coisas para nós.

    Agradeço do fundo do coração!

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  2. Muito bom! Achei interessante o que foi dito sobre crise, sempre senti que esses momentos fossem oportunidades,um trampolim para uma nova visão, percepção,entendimento.
    Obrigada por compartilhar tantas reflexões esclarecedoras!

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