O
Estudo (logos) da Alma (psique)
Quando
se estuda um conceito tão “intangível” como o da Alma, faz-se
necessário, para torná-lo acessível à compreensão prática,
contrapô-lo com a natureza mais “tangível” do ser humano: a
personalidade.
As
experiências objetivas (“boas e más”) da personalidade são as
ferramentas que temos para aprofundar, através da
observação-reflexão, a estrutura subjetiva do experimentado.
Toda
expressão pessoal prática, imaginada ou pensada, se é observada e
analisada detidamente a
partir da impessoalidade, mostra
o reflexo de um significado mais profundo, sua verdadeira “razão
de ser”.
Nem
tudo que brilha é ouro, mas há Ouro.
O que é a Alma em relação à Personalidade?
Entendemos
que a Alma é a qualidade
subjetiva espiritual
que condiciona as forças expressivas mais densas da personalidade.
“a
realidade que chamamos alma
é basicamente uma expressão de três tipos de energia
-vida,
amor e inteligência.
A tríplice natureza inferior (personalidade) foi preparada para a
recepção destas três energias, e o aspecto inteligência se
reflete na mente, a natureza amor no corpo emocional de desejos e o
princípio vida em e através do corpo etérico ou vital” *
A
Crise (o triunfo
de uma derrota)
Entendemos
por crise, (frustração, impedimento, excesso, depressão, sintoma,
patologia, dificuldade, desilusão, medo, inibição...) como a
condição que nega a satisfação da personalidade, mas que no
ofuscamento que isto produz está a oportunidade de reconhecer a
Alma, a energia superior que esta pedindo, para não dizer exigindo,
uma maior presença na Consciência, que é a gestora da realidade
cotidiana de referida personalidade.
Não
temos que pensar que a crise seja algo sagrado ou necessário, mas
que ela é o resultado natural de uma relação dual e que é no
campo das experiências que tal crise propõe onde a consciência
pode reconhecer que é a perspectiva da Alma e não a perspectiva
pessoal que pode unificar tal dualidade.
“O
período de crise apresenta um problema importante aos aspirantes
avançados de hoje, que evoca em consequência o interesse dos
psiquiatras e psicólogos. Em vez de tratar
da dificuldade como sintoma de progresso,
como indicação de uma etapa relativamente elevada na escala
evolutiva, e uma razão para se sentir encorajado, é considerada
como uma doença da mente e da personalidade. Em lugar de
considerá-la como uma
condição que merece ser explicada e
compreendida, embora não implique em verdadeira preocupação,
tenta-se obviar a dificuldade, eliminando-a em vez de solucioná-la,
com o que, embora a personalidade possa se aliviar temporariamente, o
trabalho da alma fica paralisado e atrasado nesse ciclo particular de
vida”. *
A crise é
uma condição que obriga a personalidade a um
ato de humildade através da “humilhação”.
Um ato (atitude) que transmite a correta compreensão
que afasta o ego-cristalizado e re-descobre a
alegria (não condicionada) do Coração.
Esta Alegria
sem condições, não é uma alegria ingênua, porque atrás de si
está a compreensão que gera a dor de uma derrota aceita. Esta
Alegria é a demonstração de que a personalidade está sendo
receptiva à energia da Alma. Dizendo de outra forma, a Alegria que
expressa a personalidade é o reflexo externo da responsabilidade que
ela (a personalidade) esta exercendo para o chamado da Alma.
Ser
responsável com a verdade da Alma se demonstra como alegria.
Alma -
Consciência
-
Personalidade
A
Alma Una Brilha na parte alta deste esquema com luz própria, mas o
primordial é focalizar a atenção na parte central do esquema,
porque é na
Consciência onde reside a parte da Alma Una que incorporamos ao
nosso saber,
neste ponto os conceitos minha Consciência e minha Alma são
sinônimos.
O papel
da consciência
A
consciência, no ser humano, é o “lugar”
onde se realiza a Alma.
Na
consciência da Alma está o verdadeiro significado e, a palavra ou
ato criativo que o expressa. Nela se praticam a atenção, o
silêncio, a auto-observação e, o nível de identificação com a
experiência. Ela é a vontade-para-o-bem e o tipo de ação que se
gera, junto com a reflexão do resultado. Nela está a preocupação
e a obtenção da compreensão e, a própria compreensão com a sua
consequente sensibilidade e imaginaçã o
criadora. Ella é o tema, e também a forma de estruturá-lo para
poder entendê-lo e desdenvolvê-lo.
Expansao lógica gradual
Na
consciência da Alma é possível a conquista de outro “lugar”
através do “lugar” ocupado. Esta expansão é escalonada ou
lógica, porque para alcançar um degrau é preciso ter o pé no mais
abaixo, isto é, a nova perspectiva se adquire através da
experiência do presente que não esquece nem foge do passado.
Esquecer
para tornar a começar, para a psicologia da Alma, é se repetir, uma
compulsão que se justifica em uma ingenuidade ou inocência falsa, é
uma atitude egoísta que se impõe. Outro tema é o nível de
inconsciência de quem o pratica. O novo ponto de vista do que
falamos aqui deve ser capaz de destilar o passado, transformando-o em
uma ferramenta de compreensão que suporte uma nova atitude.
Não
dualidade
Na
consciência de Alma, a dualidade interna e externa desaparece. Não
existe a intenção de controlar nem de impor o desejo pessoal no
mundo exterior, há uma intuição que constata (sabe) que toda
atitude deve levar em conta o todo como uma unidade. Vale dizer, com
o mesmo Saber que eu me entendo a mim mesmo, também entendo meu
ambiente, portanto não há diferença, mas sim um ponto de vista ou
um Saber que inclui os dois. Nesta atitude está a regra de ouro,
expressa em palavras do Mestre como: “amarás a teu irmão como a
ti mesmo”.
Inofensividade
Consciência
de Alma é alcançar a inofensividade, porque a relação com o
entorno não depende de um eu-egocêntrico com um desejo exclusivo e
seu impulso muitas vezes destrutivo-cego, mas sim que depende de um
sentido inclusivo, que sugere à personalidade uma atitude moderada
no pensar, sentir e falar-atuar. Nesta atitude está a característica
principal para o correto serviço.
Serviço
O serviço é
o “instinto” da Alma, todo instinto é algo natural, e a
consciência de Alma tem como lógica principal ser incluente,
e esta lógica, quando a personalidade é receptiva à Alma, é
expressa através da responsabilidade. Responsabilidade e lógica
incluente neste caso são sinônimos.
A
personalidade, quando se torna receptiva à sabedoria da Alma e a Seu
silêncio acolhedor, é inspirada para que mostre seus talentos, de
forma alegre, livre, altruísta e “com Coração”, ali onde sua
responsabilidade (lógica incluente) detecta que deve fazê-lo.
Subir um
degrau é dar a mão àquele que nos convida a subir, e o coração
agradecido responde oferecendo a outra mão àquele que lhe segue.
David C.M. (logos.astrolgiaesoterica@gmail.com)
*
Os parágrafos em letra cursiva estão extraídos do livro
“Psicologia Esotérica II” de Alice Bailey-DK
Adorei este estudo, pois a alma é algo da qual ainda temos muitas dúvidas.
ResponderExcluirEste texto elucida muitas coisas para nós.
Agradeço do fundo do coração!
Muito bom! Achei interessante o que foi dito sobre crise, sempre senti que esses momentos fossem oportunidades,um trampolim para uma nova visão, percepção,entendimento.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar tantas reflexões esclarecedoras!